quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

[Resenha] Todo Dia (David Levithan)


Título: Everyday
Autor: David Levithan
Qtde. de Páginas: 280
Editora: Galera
A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.


Quando li o título do livro, vi a capa e o nome do autor, já o peguei na prateleira e levei ao caixa. Sim, Todo Dia, do David Levithan, causou isso em mim. Conheci o autor por meio do livro Will&Will e, como gostei muito, então resolvi que leria todos os livros que fossem lançados no Brasil. Agora, deixando a enrolação de lado, vamos à resenha.
                                             
Todo Dia narra a história de A, um ser que todo dia, ao acordar, se encontra em um corpo diferente. E A é assim desde que se lembra, nem mesmo sabe o motivo que leva isso a acontecer. A é como se fosse um inquilino em um corpo, por apenas um dia. Quando A sai do corpo da pessoa, ela se lembra apenas do roteiro que A planeja – quer dizer, a maioria é assim.

Estou repetindo muito “A” porque a personagem (e aqui não estou dizendo que é “ela”, mas usei o “a” porque o artigo definido para “personagem” é feminino) não tem um sexo definido. É uma pessoa que é como ela acorda no dia. Homem, mulher, gordo, magro, negro, branco, asiático, índio, gay, lésbica, bissexual, travesti, ateu, mulçumano, cristão, doente mental, suicida... Enfim, é diferente tanto no gênero quanto na personalidade. A tem a habilidade de “acessar” a mente do(a) hospedeiro(a) para ter informações sobre a vida dele(a). Um fato interessante é que A só acorda no corpo de uma pessoa que está na mesma faixa etária que a sua e é assim desde quando era bebê.

Então, a vida da personagem é diferente por causa desse fenômeno, mas por já acontecer isso há anos, é uma rotina para A. E o que muda tudo é que, certo dia, A se encontra com uma garota e se apaixona por ela. É aí que o livro começar a ficar mais interessante. A tem uns pensamentos de não se meter na vida pessoal da pessoa em que está habitando e não fazer coisa alguma que vá prejudicar a vida da mesma, mas isso começa a mudar quando ele encontra Rhiannon (e A a conhece porque desperta no corpo do namorado da moça, Justin).

Enfim... A acaba conquistando Rhiannon e explicando pra ela a situação em que vive. Daí pra frente, começa a tensão. A, às vezes, acorda no corpo de uma pessoa em uma cidade vizinha da de Rhiannon a algumas horas distantes. Eles começam a planejar encontros e a realizá-los. Às vezes A está no corpo de uma menina, o que a princípio gera desconforto em Rhiannon, mas logo ela começa a aprender a amar quem A é e não o que ele aparenta ser (o que, a meu ver, é uma das mensagens que o autor quis passar ao escrever o livro). Eles encontram certas dificuldades para manter o relacionamento.

No meio dessa história amorosa, há outras coisas acontecendo. Como um garoto que foi hospedeiro de A que afirma ter sido possesso pelo demônio e coisas do tipo. Esse garoto desencadeia uma serie de acontecimentos que possibilita o encontro de A com um ser semelhante a ele.

Aí não vou mais contar sobre a história pra não dar spoiler (o que falei da história acima, basicamente está na sinopse do livro).

Todo Dia, para mim, é um daqueles livros que desfaz e refaz os seus conceitos/pensamentos/crenças. Acredito que a mensagem que Levithan quis passar é que não importa o quê você é, e, sim, QUEM você é. Suas características físicas perdem importância quando comparadas às suas características sentimentais e ao seu caráter. A e Rhiannon me ensinaram que devemos amar não o que a pessoa é ou o que ela pode oferecer, mas devemos amar e aceitar quem elas são.

Independente de raça, religião, classe social, orientação sexual, estatura física... Independente de tudo isso, somos pessoas. E, como toda pessoa, temos amor dentro de nós – que deve ser compartilhado e distribuído.

Algumas pessoas dizem que Levithan poderia ter aprofundado mais na natureza de A, deveria ter explicado o porquê de acordar todo dia em um corpo diferente ou que o livro deveria ter continuação. Mas acredito que isso não é preciso, porque A é assim, sempre foi assim e sempre será assim. Porque a mensagem que o autor quer passar é bem clara e quando se entende o sentido desta, a natureza de A pode ser deixada de lado.

PS: Quem sabe ler inglês, não perca a chance de ler o livro no idioma original. É bem melhor, porque no inglês os substantivos e adjetivos não têm diferença para os gêneros masculinos e femininos. A Galera Record, ao traduzir o livro, fez o A pra ser “ele”. Acredito que a editora poderia ter deixado “ele” quando A estivesse em corpo de homem e “ela” quando A estivesse em corpo de mulher. Mas enfim... Super recomendo o livro.
  
Sem mais delongas, eis a avaliação: Todo Dia, de David Levithan, De 0 a 5, leva 5 bowties (muito merecidas). 
Mais um livro que entrou para a minha lista de favoritos. E, para matar a saudade, aí vai uma das inúmeras quotes que eu marquei: 

“O som das palavras quando são ditas é sempre diferente do som que fazem ao serem ouvidas, porque o falante ouve parte do som do lado de dentro.” 

E você? Leu? Pretende ler? Gostou? Deixe seu comentário contando sua experiência ao ler o livro! Abraços. :D

2 comentários:

  1. Gente, que sinopse fantástica! Só ela é capaz de atrair qualquer leitor! Estou de queixo caído.
    Abraços!

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  2. Lê, não só a sinopse, como o livro inteiro! Leia, você não vai se arrepender. MUITO BOM! haha

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