
Autor: Neil Gaiman
Qtde. de Páginas: 208
Editora: Intrínseca
Foi há quarenta anos, agora ele lembra muito bem. Quando os tempos ficaram difíceis e os pais decidiram que o quarto do alto da escada, que antes era dele, passaria a receber hóspedes. Ele só tinha sete anos. Um dos inquilinos foi o minerador de opala. O homem que certa noite roubou o carro da família e, ali dentro, parado num caminho deserto, cometeu suicídio. O homem cujo ato desesperado despertou forças que jamais deveriam ter sido perturbadas. Forças que não são deste mundo. Um horror primordial, sem controle, que foi libertado e passou a tomar os sonhos e a realidade das pessoas, inclusive os do menino.
Ele sabia que os adultos não conseguiriam — e não deveriam — compreender os eventos que se desdobravam tão perto de casa. Sua família, ingenuamente envolvida e usada na batalha, estava em perigo, e somente o menino era capaz de perceber isso. A responsabilidade inescapável de defender seus entes queridos fez com que ele recorresse à única salvação possível: as três mulheres que moravam no fim do caminho. O lugar onde ele viu seu primeiro oceano.
Escolhi
O Oceano no Fim do Caminho para a
minha primeira resenha do blog porque este é um dos melhores livros que já li.
Além do nome do autor (Neil Gaiman) que é bastante conhecido e amado pelos
leitores, o que me fez comprar o livro foi a capa e o título. Essa arte da capa
ficou simplesmente perfeita e o título, depois que se termina de ler, percebe
que não é só chamativo como também faz total jus à história. Este é um daqueles
raros livros que não se tem muito que falar. Só mesmo lendo pra entender e
sentir o que o autor quer passar.
Comecei
a ler o livro pensando que se tratava apenas de um romance adulto e em momento
algum me ocorreu de que teria fantasia envolvida - mesmo eu tendo conhecimento
de que o Neil Gaiman é conhecido pelas histórias de mitos e fantasia. Mas, de
fato, a princípio tudo é normal e tranquilo. Posteriormente a trama começar a
se desenrolar e as coisas “sobrenaturais” começam a acontecer e é a partir
desse momento que o livro prende a atenção do leitor até a última página.
A
história retrata a vida de George (esse nome só é citado uma vez no livro
inteiro) - um homem de meia-idade - que, ao retornar ao local onde viveu a
maior parte da infância, confronta-se com suas lembranças e memórias que até
então estavam “perdidas”. Ele volta a este local (Sussex, se não me engano)
meio que procurando um refúgio emocional ou algo do tipo, visto que estava
“fugindo” de um velório (não deve ser importante porque nem lembro se citou de
quem é o velório). E a narrativa é sobre a vida desse homem quando tinha apenas
sete anos de idade.
Como
diz na sinopse, os pais do garoto precisam alugar o quarto dele e um minerador
de Opala aparece para ser o inquilino. E é por causa desse minerador que as
coisas fantásticas começam a acontecer, a partir do momento que ele comete
suicídio - veja bem - dentro do carro da família do garoto. E próximo ao local
onde o carro é encontrado, no fim da rua, há a fazendo Hempstock que é habitada
por três mulheres (Lettie Hempstock, a jovem senhora Hempstock e a velha
senhora Hempstock). George acompanha Lettie até a fazenda e lá as mulheres
começam a falar sobre o que aconteceu ao minerador, afirmando os fatos. Nesse
momento comecei a pensar que eram apenas hipóteses, mas ao decorrer do livro
você percebe que essas três mulheres são muito misteriosas e enigmáticas. É
nessa mesma fazenda que se encontra o Oceano, ou lago ou tanto faz, ele tem o
tamanho que é preciso ter.
Depois
de conhecer as mulheres Hempstock, as fantasias começam a acontecer na vida do
garoto. Chega a certo ponto da narrativa que o Gaiman escreve de uma forma tão
maravilhosa que faz você sentir exatamente o que está acontecendo, como se você
fosse tão indefeso quanto o garotinho de sete anos. Em alguns momentos cheguei
a pensar que tudo não passava da imaginação do garoto, pensei que em algum
momento ele acordaria de um sonho/pesadelo e que tudo seria apenas pensamentos.
Mas não é bem assim, pelo contrário, tudo é muito real.
Como eu
disse, só lendo pra realmente saber do que se trata a história. Apesar de ser
um romance adulto, a escrita é bem simples e fácil de ser acompanhada. Creio
que o desafio do livro esteja em entender o significado e o sentido das
metáforas utilizadas por Gaiman. A meu ver, a moral da narrativa é: crianças
estão mais atentas aos detalhes e enxergam melhor o que está em volta do que os
adultos que se julgam sábios e velhos demais pra acreditar no que não é
claramente visível e por isso acabam negando o que os é desconhecido.
Para
finalizar a resenha, deixo uma quote encontrada por minha Sonic Screwdriver dentre as várias quotes que eu grifei. “As
memórias de infância às vezes são encobertas e obscurecidas pelo que vem
depois, como brinquedos antigos esquecidos no fundo do armário abarrotado de um
adulto, mas nunca se perdem por completo.”
E você? Já leu? Pretende ler? Conte-nos sua experiência de quando mergulhou no Oceano. Deixe seu comentário! Abraços. :D
Eu não gostei tanto desse livro quanto achei que fosse gostar, mas adorei sua resenha ^_^
ResponderExcluirParabéns pelo blog, abraços!
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